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  • Foto do escritor: Ricardo Schrappe
    Ricardo Schrappe
  • 4 de ago. de 2012
  • 2 min de leitura

O discurso de John F. Kennedy, proferido na ocasião de sua posse, em 1961, traz alguns trechos memoráveis. O mais famoso deles aparece quase no final, quando ele se dirige ao povo que irá governar: "Então, meus companheiros americanos, não perguntem o que o seu país pode fazer por vocês; perguntem o que vocês podem fazer pelo seu país..."

É uma chamada ao coletivo, a uma conscientização de que o Governo precisa do povo assim como o povo precisa do Governo. O país não estava em seu melhor momento. A Guerra Fria estava pegando fogo no Vietnã. E o homem já tinha em suas mãos o poder de acabar com toda a forma de pobreza e, ao mesmo tempo, com toda a forma de vida do mundo.

Passando para uma situação bem melhor do que aquela, com um pouco menos de charme, talvez, temos hoje o CCPR. Um Clube de Criação que foi gestado durante anos, ou mesmo décadas, e que nasceu a fórceps, como bem descreve o tema do seu primeiro Anuário.


Não vivemos o melhor dos mundos. Nossa classe é estranhamente dividida, talvez pelos egos inflados de uns, talvez pela insegurança crônica de outros, talvez pela mera incompreensão de que juntos somos mais fortes. O fato é que essa eterna competição, essa necessidade de ser (ou parecer) melhor do que o outro talvez seja algo indissociável da atividade criativa. Nesse caso, explica-se a demora em criar e a dificuldade em manter um Clube de Criação, cuja importância extrapola quaisquer dessas mesquinharias.

Fui um dos sócios-fundadores do CCPR. Estava começando com a minha agência e queria participar daquele momento histórico, dar minha contribuição para que o Clube finalmente nascesse. Foram inúmeras reuniões regadas a empadinha e refrigerante, geralmente na hora do almoço, em alguma agência. E dá-lhe discussão. E dá-lhe ideia. E dá-lhe colaboração.


O Clube nasceu, cresceu, se consolidou. Tornou-se conhecido, respeitado, desejado. Ganhou a alcunha de "o Clube de Criação mais ativo do Brasil", graças aos eventos criados, em sua maioria, na prolífica gestão do Renato Cavalher. E desde sempre houve críticas. Algumas construtivas, algumas destrutivas, algumas fundadas, outras nem tanto. Mas sempre houve participação.

O que vemos hoje, porém, é uma inflação das críticas vazias ou autopromocionais e uma espécie de greve burra, em que agências relevantes do mercado deixam de inscrever peças no maior documento histórico da produção criativa do Paraná, que é o anuário do CCPR. Nada é mais danoso ao Clube do que esse tipo de atitude. Mais do que uma ausência importante, que acaba tirando um pouco do brilho do material final, cria-se também um desprestígio financeiro, já que o menor volume de inscrições implica menos caixa.

E é aqui, neste texto aparentemente sem rumo, que eu volto às palavras de Kennedy. Estamos chegando ao fim de mais uma gestão. As eleições estão aí. O momento agora não é o de perguntar o que o Clube pode fazer por você (ele já fez muito e pode fazer muito mais), mas sim o que você pode fazer pelo Clube. Deixar de inscrever peças, por exemplo, não é uma boa coisa. Participar com o seu tempo e com críticas ou sugestões bem-elaboradas, ah, isso, sim, é uma ótima e bem-vinda contribuição.

 
 
 

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